Sobrepeso e obesidade

Evidências recentes demonstram que grande parte das pessoas com dor femoropatelar apresentam sobrepeso ou obesidade.1,2,3 Esses fatores estão relacionados a impactos negativos tanto na função quanto na força muscular dos membros inferiores.3 Portanto, abordar esses fatores durante a avaliação pode trazer informações importantes sobre a necessidade de incluir o gerenciamento do peso corporal no plano de tratamento.4

Nesta página, você encontrará ferramentas que podem ser utilizadas para avaliar se o paciente com dor femoropatelar apresenta sobrepeso ou obesidade.

Recentemente, uma revisão sistemática demonstrou que pessoas com dor femoropatelar apresentam maior índice de massa corporal comparado a pessoas assintomáticas.1 Além disso, o IMC elevado está associado a pior função física em pessoas com dor femoropatelar.3

Clinicamente, a obesidade e sobrepeso podem ser estimadas através do IMC da pessoa, calculado por meio do peso corporal e altura. O IMC é um método amplamente utilizado tanto em ambiente clínico quanto na pesquisa, devido a facilidade e baixos custos para obter as medidas, já que estas não exigem a utilização de ferramentas e equipamentos sofisticados.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde,5 o IMC pode ser classificado da seguinte forma:

  • Abaixo do peso: IMC < 18,5 kg/m²
  • Peso normal: IMC entre 18,5 a 24,9 kg/m²
  • Sobrepeso ou pré-obesidade: IMC entre 25,0 a 29,9 kg/m²
  • Obesidade grau I: IMC entre 30,0 a 34,9 kg/m²
  • Obesidade grau II: IMC entre 35,0 a 39,9 kg/m²
  • Obesidade grau III: IMC > 40,0 kg/m²

Estudos recentes demonstraram a importância de considerar a porcentagem de gordura corporal e de massa muscular esquelética, além do IMC por si só, em pessoas com dor femoropatelar.2,3 Em adultos jovens com dor femoropatelar, a maior porcentagem de gordura corporal e a menor porcentagem de massa muscular esquelética estão associados com pior função e com menor força muscular dos extensores e flexores de joelho e dos abdutores de quadril.3 Portanto, sempre que possível, é importante incluir essas medidas na avaliação do paciente com dor femoropatelar.

Uma opção prática e clinicamente acessível para mensurar indiretamente a porcentagem de gordura e massa muscular esquelética é por meio da análise de bioimpedância. A bioimpedância usa as propriedades elétricas do corpo para estimar a quantidade de água total do corpo e, a partir disso, a massa e porcentagem de gordura corporal e de massa muscular esquelética.6

Fatores como o estado nutricional, a realização de atividades físicas, mulheres em período ovulatório, e posicionamento dos eletrodos podem interferir na medida e devem ser controlados.6

 

Nota importante: Pacientes com dor femoropatelar que apresentam sobrepeso e obesidade ou altos níveis de gordura corporal e baixos níveis de massa muscular esquelética devem ser orientados sobre o impacto que esses fatores podem causar na sua condição e encaminhados para um atendimento multidisciplinar, que inclua, por exemplo, um nutricionista.

Assista ao vídeo abaixo com a Dra. Amanda Ferreira respondendo as dúvidas mais comuns sobre esse tema [EM BREVE]:


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